sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

 


Em 2021...
  • acredito que vou conseguir, que vou ser capaz. E se não for, continuarei o meu caminho, conseguindo outras coisas;
  • todos os pequens passos em frente contam. Mas os passos para trás também me podem permitir crescer;
  • embora o tempo corra, não preciso de correr atrás dele. Posso parar e aproveitá-lo.

Que 2021 seja bondoso o suficiente para compensar as perdas provocadas no último ano. Sejam felizes. E a vossa melhor versão.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Carta para o teu reflexo no espelho


Se tu fosses capaz de te ver como eu te vejo. Um rosto tímido, enxugado em lágrimas. A pedir para que o amanhã seja melhor. Para que a ansiedade abandone esta morada e se enterre nas profundezas do oceano. Eu sei que é desgastante viver dessa maneira. Ansiar que isto páre, que te deixe, que se chateie contigo e não seja mais capaz de voltar. Mas essa é quem tu és. Parte perfeita, parte imperfeita. Uma miragem de sol que espelha todo o universo. Um ser com um potencial incrível. Que já faz uma enorme diferença no mundo só por existir. 

Se tu fosses capaz de te ver como eu te vejo. Pararias de pensar nas tuas fraquezas. Caminharias de cabeça erguida e sorririas com confiança para quem passasse por ti. Saberias que és capaz de iluminar a vida dos outros. Que a vida é muito mais do que garantir a sobrevivência. Que és perfeita, mesmo com essas imperfeições. E que gostas mais de ti do que aquilo que pensas. 

Oh. Se tu fosses capaz de te ver como eu te vejo. Ficarias impressionada com as tuas virtudes. Com a bondade desse coração e com essa resiliência. Abandonarias os pensamentos ruminativos e passarias a aproveitar cada segundo como se o último momento da tua vida se tratasse. Darias a volta ao mundo somente em 3 segundos e beijarias cada flor colocada sobre os jardins. Deixarias de viver atormentada pelos teus próprios medos e ficarias grata por cada amanhecer. 

Se tu fosses capaz de te ver como eu te vejo. Libertar-te-ias desse aperto e deixarias de procurar pelo amor. Porque ele virá ter contigo quando fores capaz de amar cada pedaço teu. Porque a vida também é feita de sonhos falhados. E de dias menos bons. E porque tu tens o poder para mudar as circunstâncias da tua vida. Afinal, a pouca força que temos é maior do que pensamos. 

Oh. Se tu fosses capaz de te ver como eu te vejo. Dominarias o mundo somente com um estalar de dedos e acabarias com as injustiças de uma só vez. Valorizarias cada gota de chuva e abraço trocado. Saberias que a felicidade está ao virar da esquina e que és capaz de chegar até três metros acima do céu. 

Se tu fosses capaz de te ver como eu te vejo, saberias que estás destinada a feitos grandiosos. Que nada é capaz de te parar, por muito difícil e doloroso que possa parecer. Que és uma força inabalável da natureza, que depois de cair é capaz de se levantar. 

Oh. Se ao menos fosses capaz de te ver como eu te vejo. Sentirias o mesmo orgulho que eu estou a sentir neste momento. Por seres capaz de sentir cada emoção que te compõe. E arranjares um sentido para ainda continuares aqui.

Oxalá um dia sejas capaz de te ver como eu te vejo. E tenhas serenidade para aceitar as coisas que não podes mudar. Coragem para mudar as que podes. E sabedoria para distinguir umas das outras.

sábado, 5 de dezembro de 2020

A angústia de um caso positivo


16 dias de isolamento num quarto. Um cubículo fechado e pouco arejado. Já sem saber muito bem a que horas levantar e deitar, onde comer, estudar ou descansar. 16 dias sem poder ver o rosto de alguém. Nem dos meus próprios familiares. A sofrer com sintomas que de leves nada tiveram e a ansiar que o dia de amanhã fosse melhor. Mas esse dia parecia nunca chegar. Por mais que estejamos a viver uma pandemia há cerca de 9 meses, não pensamos que algo nos vai realmente acontecer. Pensamos que tudo está num futuro distante. Mas a realidade dá-nos uma bofetada quando temos um teste positivo. Quando a nossa vida fica de pernas para o ar e tudo nos foge por entre os dedos. E é aqui que percebemos que nem com uma pandemia a vida pára. Porque não importamos no meio desta imensidão. Não é por nós que as coisas vão abrandar. A exigência que nos é pedida é a mesma e não temos sequer espaço para parar e processar o que está a acontecer. Porque o mundo não pára por nossa causa e, embora muitas pessoas tenham pena da nossa situação, não nos entendem verdadeiramente. Porque só percebe quem passa pelas situações e sofre tal como nós. Os efeitos psicológicos disto sentirei depois. Tal como me acontece noutras situações. E aí sei que me vou deparar com a angústia e a desesperança que estes dias tristes verdadeiramente me trouxeram. E com o arrependimento de não ter aproveitado devidamente determinadas coisas. Dizem que é quando perdemos que realmente damos valor. E eu não poderei concordar mais com isso. 

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Carta para alguém que te fez sofrer


Gostava de algum dia compreender onde é foi que nos perdemos. Parecíamos ter algo tão bonito. Mas, de um momento para o outro, tudo se foi. Talvez porque nunca estivemos no mesmo patamar. Ou então porque já existiam demasiadas falhas que eu decidi ignorar. A nossa história deu tantas voltas que ainda hoje tenho dificuldade em perceber o encadeamento de certas situações. Mas não escrevo por isso. Isto não se trata de tudo o que poderíamos ter sido e não fomos. Trata-se da forma como tu me trataste depois do nosso relacionamento não ter correspondido às tuas expectativas. Nenhum de nós está inocente no meio deste enredo, é certo. Eu também errei. Também te magoei. Mas sempre fui honesta e transparente contigo em relação a tudo, desde o primeiro momento. Partilhei contigo os meus medos e as minhas apreensões. Mostrei-te tudo aquilo que sou. Não o que aparento ser, mas o que sou verdadeiramente, quando ninguém está por perto. Mas tu não quiseste saber disso. Preferias que eu tivesse optado viver uma mentira, desde que tu me tivesses e te sentisses bem. Até hoje não consigo compreender como é que me deixei afetar tão negativamente por ti. Eu que sempre disse que nunca iria deixar ninguém me fazer sentir inferior. 

Talvez tenha sido a pressão do início dos vinte anos. Aquela ânsia de ter alguém por perto com quem possamos partilhar a nossa jornada. Talvez me tenha deixado iludir por isso. Afinal, eu gostava das sensações que me provocavas. As borboletas no estômago. O nervosismo miudinho. A forma como os nossos dedos se tocavam na manete das mudanças do teu carro. A maneira como me mimavas a cabeça quando eu estava prestes a adormecer. O jeito com que me apertavas contra ti quando eu tinha que voltar para casa. Mas de que valia tudo isso quando me fazias sentir mal comigo mesma na maior parte das vezes? De que serviu pensar que nunca ninguém havia gostado de mim como tu, quando tu não respeitaste nenhuma das minhas decisões? Tu sufocavas-me. E eu sentia-me mal por admiti-lo. Pensei que era insensível. Que não havia nada de errado contigo. Que eu é que sempre fui demasiado independente e não estava habituada. Mas não. Tornaste-te obcecado e doentio com as tuas atitudes. Nunca conseguiste enxergá-lo, porém. Nem com outras pessoas a dizer-to. E embora me tivesses feito sentir muito mal durante todos esses meses, feriste-me a alma quando decidiste denegrir a minha imagem. Contaste a tua versão da história a todas as pessoas que nos conhecem. Distorceste os factos para te destacares enquanto vítima. Fizeste-os acreditar que sou alguém desonesto e insensível. Que premeditei as minhas atitudes desde o início só para te magoar. E embora palavras sejam levadas pelo vento, o teu discurso afetou-me muito. Não é justo que tenhas feito isto comigo. Não depois de tudo o que eu fiz por ti. Do que eu aguentei por pensar que tu merecias ser feliz. Quem é que faz uma coisa destas? Fizeste a minha vida num inferno durante meses. Mas, ainda assim, a culpada sou eu. Fui eu que acabei com tudo por livre e espontânea vontade. Não é isso que dizes por aí? Que eu nunca tive empatia por ti? Que não te queria porque existiam outras pessoas na minha vida? É irónico que nunca existiu mais ninguém para além de ti. Eu só queria que, nalgum momento, conseguisses ter a sensibilidade para compreender que tens uma enorme dificuldade em gerir as tuas emoções e frustrações. E que foi isso que nos trouxe até aqui!

Não te guardo rancor, apesar de tudo. Afinal, ajudaste-me a perceber que o amor-próprio é tudo. Que eu tenho o poder para decidir quando é que eu já não quero e que tenho a liberdade para expulsar  pessoas tóxicas da minha vida. Se hoje sou uma pessoa melhor, é por tua causa. Decidi finalmente focar-me em mim. Porque antes de qualquer pessoa, venho eu. E eu devo realmente muito a mim mesma!

Depois de te acompanhar, finalmente, à saída da minha vida, desejo-te tudo de bom. Só não te desejo o melhor porque isso tu já perdeste.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Para valer a pena, tem que dar frio na barriga e não dor de cabeça


Ter tido coragem para sair de uma relação tóxica é, provavelmente, uma das coisas mais difíceis que alguma vez fiz. O amor nem sempre compensa. De que serve sentirmo-nos desejados, acarinhados e amados se não podemos ter o nosso próprio espaço e liberdade? Não há nada no mundo que valha o nosso bem-estar emocional. O ano ainda mal começou, mas ter tido a audácia para pôr um ponto final nesta história já é um dos pontos mais altos.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

"Sejam a vossa melhor versão..."



Uma das minhas antigas professoras costumava dizer-nos para sermos a melhor versão de nós mesmos. É disso que este ano se vai tratar. 2020 vai ser um ano dedicado a mim. Porque devo realmente muito a mim mesma. Este ano tem tudo para ser especial. Tem tudo para ser um ano do caralho!

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Quando arrepia, já era



Sentir que me estou a apaixonar pela primeira vez ao fim de vinte anos de existência tem sido algo com o que tenho tido dificuldade em lidar nos últimos tempos. É tudo tão intenso que, por vezes, sinto até medo daquilo que estou a sentir. Gosto da sensação, mas tudo isto me tem feito ser diferente. Parece que já nem me reconheço! Embora todo este afeto esteja a ser correspondido, não me sinto, de todo, preparada para entrar numa relação.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Quando é que vai dar certo?



Por mais que finja estar habituada a desilusões, dói sempre um bocadinho. Infelizmente, nem tudo depende apenas de nós. Essa é a grande porcaria!

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Amor-próprio não é egoísmo



Cada vez mais me acredito que somente o nosso amor-próprio fortalece a nossa imunidade contra o mundo.

terça-feira, 16 de abril de 2019

Mais um desejo riscado da lista



Na última semana realizei mais um dos meus sonhos. Finalmente conheci a cidade de Roma e do Vaticano. Tive também a oportunidade de assistir à Missa de Ramos, celebrada pelo Papa Francisco. Não me considero religiosa, até porque me tenho confrontado com vários problemas de fé nos últimos anos, mas era algo que já há muito queria fazer. A energia que se sente naquela praça é absolutamente fascinante! 

Esta viagem foi apenas possível ao fim de 6 anos, tendo à mistura muito suor e lágrimas. Para mim, a concretização deste desejo é a prova de que o nosso esforço é sempre recompensado, não importa o tempo que passe. Sinto-me muito realizada com tudo isto! 

Por aqui as energias são boas! E por aí?